Segredos de uma Iriden, parte VI.

As veneráveis mestras da casa azul preparavam-se para o ritual de iniciação da nova Iriden Baurium, maquiavam uma a outra seus corpos com tinta branca, ocultando assim as marcas do destino, havia todo um mistério envolta daquele cerimonial, somente as Iriden mais antigas que tinha alcançado o 20º grau conheciam o rito, que começava ao nascer do sol e terminava quando os raios luminosos da lua banhavam o corpo da futura mestra da Casa Azul.

Dan-Lil foi despertada aquela manhã por Sindel, vestida de túnica negra diáfana com mangas curtas e um laço vermelho envolta da cintura, a pele totalmente coberta por uma maquiagem branca. Sindel se aproximou dela, colocou uma das mãos por trás da sua cabeça e a outra em um dos seios e a beijou, à medida que os lábios da venerável mestra tocavam os seus, ela sentia o veneno percorrer seu corpo, seu coração batia cada vez mais lento e a escuridão tomava conta de seus olhos.

Ela acordou num quarto escuro, nas paredes negras haviam pictogramas fosforescentes que contavam o segredo guardado pelas Mestras da Casa Azul desde a chegada das Iriden a Lev-Land, ela sentia muito frio e fome, seu corpo estava dolorido, debaixo de seus braços  dois ganchos  penetrados em sua carne a pendurava no teto como numa espécie de mobile, não sabia por quanto tempo estava ali, seus olhos estavam doloridos, isso era sinal que o veneno de Sindel ainda estava no seu organismo. Uma fenda se abriu no teto e ela começou a ser erguida para um quarto branco, a luz ofuscava sua visão, quando conseguiu enxergar, a sua volta formando um circulo estavam as veneráveis mestras mais antigas da Casa Azul, vestidas com batas negras assim como Sindel horas atrás em seu quarto, cada uma delas carregavam um girassol que apontavam para Dan-Lil, dizendo em uníssono:

- Veja a luz helianto no outono!